Saneamento em Tempos de Crises

19/11/2021

Série de debates marca o Dia Mundial do Banheiro com soluções e perspectivas para o saneamento no país

O IDS participa da iniciativa coletiva “Saneamento em Tempos de Crises” que promove nos dias 22 e 24 de novembro debates sobre o acesso ao esgotamento sanitário no Brasil, um país com 52% da população sem esgotamento sanitário adequado.

É fundamental falarmos sobre Direito Humano ao Saneamento e aprofundar a discussão partindo da meta do ODS 6 da Agenda 2030, de garantir água e saneamento básico à toda população mundial. No Brasil, metade da população não têm acesso ao esgotamento seguro, um direito humano estabelecido pela ONU em 2015.

A programação reúne especialistas e ativistas em ampla reflexão sobre a atual conjuntura brasileira e propostas para universalizar o acesso ao saneamento básico.

Investimentos Públicos

Para Guilherme Checco, coordenador de pesquisas do Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS), o Estado possui um papel fundamental na garantia do direito à água e ao saneamento para toda a população. “As agências reguladoras estão dentro da estrutura do Estado. Definir tarifa, regular o serviço impacta a vida das pessoas. Fiscalizar esse serviço, tudo isso é política pública. O Estado tem obrigação, no conjunto dos atores, de garantir a melhoria progressiva das condições de acesso a esses dois direitos humanos. Para garantir isso, o Estado precisa colocar todos os seus esforços disponíveis, financeiros ou não”, disse. Segundo ele, “estamos a léguas de distância da universalização e gestão sustentável das águas. O Estado brasileiro vem mais tirando recursos de água e esgoto do que colocando. O debate sobre o Novo Marco Legal não pode ser um delírio, achar que os investimentos privados sozinhos vão dar conta de um desafio de tal grandeza e de tal importância para a nossa sociedade. Precisamos falar sobre os investimentos públicos nesse campo”, complementou.

Banheiros mudam a vida das mulheres

São mais de 1,5 mi de mulheres sem banheiro no Brasil. Segundo artigo da Agência Brasil, a falta de saneamento básico adequado é uma das causas de doenças como diarreia, que afastam mulheres cerca de 3 a 5 dias, em média, de suas atividades cotidianas como escola ou trabalho, o que afeta diretamente seu desenvolvimento. Além disso, por ainda serem elas as responsáveis pelo cuidado doméstico com crianças e idosos, a falta de água limpa e saneamento faz com que o tempo das mulheres e meninas seja ainda mais escasso. A mulher média no Brasil dedica 70% do seu tempo aos cuidados com alimentação, educação e saúde das famílias.

Elas ainda estão mais suscetíveis a violências sexuais pelo simples fato de não ter um lugar adequado e protegido para sua higiene pessoal. Se separar por região, a situação só piora, pois 70% das mulheres que não têm acesso ao banheiro em casa estão na região Nordeste, e 53,2% das mulheres do Norte e Nordeste não têm um atendimento adequado de água e saneamento.

💧💧 Para que tenhamos uma realidade diferente e justa, foi sancionada ano passado o Novo Marco Legal do Saneamento, que tem como objetivo universalizar os serviços de saneamento básico até 2033.


#DiaMundialdoBanheiro
#WorldToiletDay

Acompanhe o site www.diamundialdobanheiro.org.br

Saneamento em tempos de crises

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Luta por Direitos no contexto de desmonte e retrocessos políticos e socioeconômicos

Saúde Menstrual e Saneamento

Acesso a banheiros em locais públicos

 

Dia Mundial do Banheiro 2021

Para dar atenção a esta data da ONU, foi realizada um evento de abertura com a transmissão de entrevistas com os Relatores Especiais da ONU sobre os Direitos Humanos à Água e ao Saneamento, Catarina de Albuquerque (relatora da ONU de 2008 a 2014), Léo Heller (que ocupou o cargo de 2014 a 2020) e Pedro Arrojo (atual relator).

Com informações do Instituto Água e Saneamento – IAS

Saiba mais no site: www.aguaesaneamento.org.br/noticias/

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