09/10/2021
Ao longo do mês de setembro o nosso vizinho Chile realizou uma série de debates públicos junto com o Ministério do Meio Ambiente, pesquisadores e gestores públicos de outros países latinos durante o Encontro Regional sobre Mudança Climática e Igualdade de Gênero. Como resultado do encontro foi elaborado um documento de posicionamento que servirá de roteiro para acelerar a ação climática com igualdade de gênero na América Latina e no Caribe e que será apresentado durante a Conferência das Partes 26 – COP 26 na Escócia em novembro. O evento contou com a participação virtual de 60 representantes oficiais de 24 países da região e uma média de 1700 espectadores por sessão de organizações da sociedade civil, academia e dos setores público e privado.
Todas as sessões de debate realizadas apresentaram boas práticas, experiências, desafios e oportunidades identificados pelos países da América Latina e Caribe durante as 7 sessões de trabalho do Encontro, relacionadas com o enfoque de gênero na formulação e implementação de políticas nacionais de mitigação e adaptação às mudanças climáticas. As propostas contemplam aspectos como marcos regulatórios, financiamento climático, transição justa, experiências nacionais e subnacionais e diálogo bi-regional com a União Europeia, entre outros.
Agendas de Desenvolvimento Sustentável – Uma pergunta que feita ao longo dos eventos foi como a crise climática impacta as mulheres e meninas. A inação dos governos locais e nacionais sobre o tema gera muitos impactos negativos na vida delas. Acompanhamos a participação do Brasil no debate Mulheres Agentes de Mudança, trazendo experiências em setores dinamizadores para um grande impulso ambiental com igualdade de gênero e trocas de diferentes experiências com integração de gênero na adaptação e mitigação. O evento aconteceu no dia 28 de setembro com a presença de Camila Gramkow, que é oficial de assuntos econômicos da CEPAL – Comissão Econômica para América Latina e Caribe.
Os principais desafios apontados no debate são a pobreza de tempo feminino e os trabalhos de cuidados não remunerados que faz aumentar a pressão sobre as mulheres. Para mudar esse quadro, é preciso entender quais são as áreas estratégicas capazes de abraçar as chamadas “inversões” de investimento a ser aplicado para que haja uma recuperação econômica com recorte de gênero. Obviamente que a recuperação não é automática, no entanto, precisa existir investimento em empregos verdes para mulheres e na infraestrutura do cuidado, dessa forma, gerar oportunidades para mulheres e corpos feminizados.
Na Guatemala foi realizado um grande mapeamento de lideranças em todas as unidades federativas e criada as “unidades de gênero” que trabalham juntas em sintonia na implementação das políticas nacionais. As indígenas e mulheres das comunidades são ouvidas e integradas durante o processo. “Estamos empenhados em fazer com que as vozes das mulheres e meninas sejam ouvidas na COP 26, especialmente as mais marginalizadas, que são as que mais sofrem com as mudanças climáticas”, afirmou Alicia Herbet, enviada especial para a igualdade de gênero à COP 26.
Existe um chamado aos tomadores de decisão para implementar o Plano de Ação de Gênero, bem como integrar a sociedade civil e a academia a fim de acabar com as desigualdades de gênero e avançar em direção ao desenvolvimento sustentável.
Fica nítido que é necessário um conjunto de políticas públicas que sejam construídas coletivamente ouvindo as principais vozes envolvidas nos impactos climáticos para que o ODS 5, que trata da igualdade de gênero, seja levado em consideração.
Baixe aqui a publicação dirigida ao Brasil da política “Big Push” econômico de gênero
Baixe aqui a publicação sobre a política “Big Push” econômico de gênero para América Latina
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Todas as sessões do Encontro do Chile: AQUI
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