Promover a formação cidadã do professor consoante com os desafi os da contemporaneidade: sustentabilidade socioambiental, direitos humanos, com equidade, a partir de novos conhecimentos e saberes regionais e tradicionais, tecnologias apropriadas e novas formas de ensinar e aprender, priorizando os planos de carreira de magistério pelas redes de ensino, considerando como base o piso nacional.
O novo olhar para educação sugere integração de práticas éticas. Três fatores são destacados para que essa proposta seja implementada:
formação do Professor + valorização da carreira do Professor + capacitação do professor para as novas tecnologias
Formação do professor
Mais de 2 milhões de professores atuam nas escolas de Educação Básica do Brasil
O déficit de docentes é de aproximadamente de 250 mil1
A formação inicial oferecida pelas universidades brasileiras não compreende o papel cidadão do professor, que deve ser de facilitador do diálogo entre escola-comunidade.
consequências disso
A falta de professores implica no sucateamento das condições de ensino, prejudica a formação dos alunos, e a falta de qualifi cação mantém a baixa remuneração da categoria.
o que fazer para mudar essa situação
Promover a formação cidadã do professor, considerando técnicas inovadoras e tecnologias apropriadas a novas formas de ensinar e aprender. Estimulando a formação em curso superior.
como?
VALORIZAÇÃO DA CARREIRA DO PROFESSOR
O professor recebe em média 40% menos que um profi ssional de outra área com a mesma escolaridade2
A Lei do Piso (nº. 11.738) definiu uma remuneração nacional mínima, estipulada em 2013 pelo MEC no valor de R$1.567,00
7 estados brasileiros ainda não respeitam a Lei Nacional do Piso do Magistério e outros 14 estados não a cumprem integralmente. A lei inclui a hora-atividade, que deve representar no mínimo 1/3 da jornada de trabalho do professor3
consequências disso
Baixa atratividade. Apenas 2% dos jovens querem seguir a carreira docente4.
o que fazer para mudar essa situação
Valorizar a profissão.
como?
CAPACITAÇÃO DO PROFESSOR PARA AS NOVAS TECNOLOGIAS
Apenas 0,6% das escolas brasileiras têm infraestrutura próxima da ideal para o ensino (biblioteca, laboratório de informática, quadra esportiva, laboratório de ciências e dependências adequadas para atender a estudantes com necessidades básicas)5.
Um dos principais problemas é a falta de capacitação dos professores para o uso das tecnologias digitais.
consequências disso
O déficit de infraestrutura e o descompasso da formação dos professores com as demandas tecnológicas do mundo contemporâneo prejudicam o desenvolvimento de novas metodologias de ensino que incluam novas tecnologias e dinâmicas na sala de aula.
o que fazer para mudar essa situação
Incentivar o uso de novas tecnologias pelos professores em suas aulas e promover o constante aprimoramento profissional para o uso de novos saberes e ferramentas digitais.
como?
Ampliar o investimento público em educação e criar mecanismos para viabilizar a participação social no monitoramento e controle deste recurso.
Ter a educação como prioridade política e orçamentária é fundamental para a construção de uma sociedade sustentável. Dois fatores são destacados para que essa proposta seja implementada:
AMPLIAR O INVESTIMENTO PÚBLICO EM EDUCAÇÃO + CRIAR MECANISMOS PARA A PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO MONITORAMENTO E CONTROLE DESTE RECURSO
CRIAR MECANISMOS PARA A PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO MONITORAMENTO E CONTROLE DESTE RECURSO
Apenas 9 estados e uma minoria dos municípios possuem legislação sobre a gestão democrática da educação5
consequências disso:
A falta de leis sobre gestão democrática da educação difi culta o envolvimento da população e a transparência no investimento dos recursos
o que fazer para mudar essa situação
Deve-se disponibilizar a informação completa e com transparência para garantir o uso correto dos recursos e com a possibilidade de a população.
Ampliar o investimento público em educação
Estados, Distrito Federal e Municípios destinam no mínimo 25% de suas receitas resultantes de impostos e transferências à manutenção e desenvolvimento do ensino.
No caso da União, esta proporção é de18%.
Mesmo com os recursos vinculados, o valor ainda é insuficiente.
Atualmente, o investimento público direto do Brasil em Educação representa 5,3% do PIB1.
O Plano Nacional de Educação, aprovado em 2014, prevê a ampliação progressiva deste valor para 10%.
consequências disso
o que fazer para mudar essa situação
Ter a educação como prioridade política e orçamentária.
como?
opinar sobre o destino dos investimentos. Assegurar à sociedade seu pleno acesso e liberdade para interpretar, avaliar e chegar a conclusões sobre os dados do orçamento, que algumas vezes nem os organismos de controle conseguem chegar.
como?
oportunidades educativas
Para o Brasil avançar nas políticas e ações efetivas de gestão do sistema de educação será necessária uma mudança da cultura educacional. Gestão eficaz, maiores investimentos, acesso e universalização do ensino e qualidade são pré-requisitos básicos para que a Educação no Brasil seja reconhecida como estratégica para o desenvolvimento justo e sustentável do país.
A consolidação de um sistema público universal, que oferte um padrão básico de serviços de qualidade e acessível a toda população brasileira, independentemente de diferenças sociais, culturais, econômicas ou territoriais, é um dos objetivos da construção do Sistema Nacional de Educação – SNE no contexto do Sistema Federativo do Brasil.
A garantia do direito à educação de qualidade é um princípio fundamental e basilar para as políticas e gestão da educação básica e superior, seus processos de organização e regulação. No caso brasileiro, o direito à educação básica e superior, bem como a obrigatoriedade e universalização da educação de quatro a 17 anos (Emenda Constitucional – EC no. 59/2009), está estabelecido na Constituição Federal de 1988 (CF/1988), e nos reordenamentos para o Plano Nacional de Educação (PNE). A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB/1996), com as alterações ocorridas após a sua aprovação, encontra-se em sintonia com a garantia do direito social à educação de qualidade.
A garantia de acesso à educação pública de qualidade para todos os brasileiros exige maior articulação entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Efetivos regimes de cooperação e o esforço integrado e colaborativo entre os entes só se darão por meio de uma política sistêmica e nacionalmente consistente, consolidada no Sistema Nacional de Educação. Ou seja, políticas de estado e não políticas de governo.
Em qualquer federação, como é o caso brasileiro, a coordenação federativa é essencial para garantir a interdependência entre governos. Isso envolve duas dimensões. A primeira diz respeito à cooperação entre territórios, incluindo formas de associativismo e de consorciamento. Trata-se da criação de entidades territoriais, formais ou informais, que congreguem mais de uma esfera de governo de entes federados diversos. A segunda dimensão da coordenação vincula-se à conjugação de esforços inter e intragovernamentais no campo das políticas públicas.
Assim, definem-se as atribuições e responsabilidades de cada ente federativo e setores da sociedade civil para superar as disparidades na distribuição de recursos e padrões das políticas públicas entre as diversas regiões do território brasileiro, ao mesmo tempo em que se reconhecem as diversidades – pressuposto do sistema federativo – que devem ser respeitadas no processo pedagógico. A igualdade de condições de acesso, a permanência e o sucesso na escola são desafios que podem ser superados pela soma de esforços em prol de metas comuns, baseadas nos princípios legais já existentes.
Para colocar em prática o regime de colaboração entre os entes federados, o Brasil já conta com os Arranjos de Desenvolvimento da Educação (ADEs), que, além da forte característica intermunicipal, agregam a participação dos estados e da União, incluindo ou não a participação de instituições privadas e não governamentais, tais como empresas e organizações diversas. Todos os envolvidos assumem o objetivo comum de contribuir de forma transversal e articulada para o desenvolvimento da Educação em determinado território, que ultrapassa os limites de um só município.
Se o federalismo é um dos pontos centrais da construção do Sistema Nacional de Educação – tema central da Conferência Nacional de Educação 2014 -, tratar esta questão e seus impactos na esfera educacional direciona necessariamente para o debate sobre governança, participação e controle social. Estes podem garantir políticas públicas eficazes e eficientes para acesso à educação de qualidade e ao bom uso de recursos públicos, mecanismos de redução da desigualdade social vigente no país.
Nesta perspectiva, alguns pontos relativos à governança, participação e controle social devem ser destacados: (a) eles consolidam a democracia; (b) eles fortalecem a equidade e a justiça social; (c) eles garantem processos de transparência e prestação de contas.
Assim, competem às instâncias do SNE definir e garantir finalidades, diretrizes e estratégias educacionais comuns e assumir a articulação, normatização, coordenação e regulamentação da educação nacional pública e privada, assegurando sua gestão democrática.
O Sistema Nacional de Educação pode assegurar que crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos tenham oportunidades educativas formais e não formais baseadas em valores que lhes permitam papel protagonista no desenvolvimento sustentável local e regional.
O novo olhar para a Educação sugere a integração de práticas éticas e baseadas em valores, que colaborem para a construção de uma vida sustentável, saudável e repleta de aprendizados. Este pode ser o alicerce para novos modos de organização das escolas e das demais instâncias educadoras da sociedade, induzindo até mesmo mudanças estruturais em várias esferas da sociedade, se reorientados a partir de novos conhecimentos, novas tecnologias e novas metodologias.
Mas como sair do discurso e fortalecer esses novos caminhos do processo educativo? Como conectar a diversidade de ferramentas e estratégias tecnológicas em prol da educação de qualidade para todos os brasileiros com a velocidade da inovação? Como escolher prioridades numa gama de possibilidades de novas e inspiradoras metodologias?
Aprender não tem lugar e é uma dimensão permanente da vida. O aprendizado é um ciclo contínuo. As escolas são referências do acesso e discussão do conhecimento, de intervenção social e de vida, mas não são as únicas responsáveis pelo processo de ensinoaprendizagem. A vida hoje, na era da informação, da velocidade e da tecnologia, determina que o processo de aprendizagem seja permanente.
A aprendizagem deve focar o aprender fazendo, criar pontes entre o cotidiano e questões do mundo contemporâneo de forma a se construir uma escola viva; uma escola que prepare para a vida, fortalecendo a autonomia e o protagonismo de modo a formar estudantes produtores do conhecimento e não passivos ouvintes de aulas expositivas. A possibilidade de acessar, por meio da internet, uma grande quantidade e diversidade de informações coloca como prioridade aprendizagens de acessar, pesquisar, selecionar, analisar, armazenar, gerir, criar e comunicar informações e conhecimentos. Nesse contexto o mundo contemporâneo exige o desenvolvimento de habilidades de resolução de problemas, simulações através de games, trabalho em equipe e construção colaborativa do conhecimento, comunicação, uso de tecnologias, inovação e criatividade.
Mudar as concepções de aprendizagens envolve ainda mudanças na organização das escolas e dos espaços educativos para se criar estruturas mais horizontais de modo a possibilitar as interações entre as pessoas, o compartilhamento de conhecimentos e o trabalho colaborativo.
Algumas tecnologias estão nos apontando um caminho a seguir. São novas, ousadas e inspiradoras ferramentas de ensino, que valorizam o tempo e a experiência de cada aluno. O novo modelo de educação deve abrir espaços para os estudantes expressarem suas opiniões pessoais e sua identidade individual. Inúmeras plataformas buscam integrar diferentes suportes como vídeos, fotos, exercícios, quadrinhos, livros, textos, músicas, etc
É a partir do caminho do conhecimento e da integração – seja ela virtual ou presencial – que as práticas cidadãs e os conceitos de desenvolvimento sustentável são disseminados e constituídos. A produção de informações e a mobilização dos diversos atores sociais indicam que as questões ligadas à revalorização do espaço público, dos bens comuns, da cultura de paz e não violência e do sentimento de pertencimento às cidades afloram a todo tempo e são temas que unem pessoas com um desejo único: a transformação.
DEMAIS PROPOSTASCONSTRUÇÃO DO SISTEMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO
EDUCAÇÃO COMO PRIORIDADE POLÍTICA E ORÇAMENTÁRIA
NOVOS CONHECIMENTOS, TECNOLOGIAS E NOVAS FORMAS DE ENSINAR E APRENDER
ATENÇÃO INTEGRADA À PRIMEIRA INFÂNCIA
COMBATE ÀS DESIGUALDADES EDUCACIONAIS
MELHORIA DA QUALIDADE DA EDUCAÇÃO BÁSICA DE MODO A GARANTIR A APRENDIZAGEM DE TODOS OS ALUNOS NA IDADE CORRETA
VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO
EDUCAÇÃO INTEGRAL
DIVERSIDADE CULTURAL, AMBIENTAL E VALORES
JUVENTUDES: ENSINO MÉDIO, TÉCNICO E PROFISSIONALIZANTE
ENSINO SUPERIOR, PESQUISA E INOVAÇÃO
LETRAMENTO: AS PRÁTICAS DE LEITURA E ESCRITA NOS DIVERSOS DOMÍNIOS DA SOCIEDADE
EDUCAÇÃO CONTÍNUA, PERMANENTE E AO LONGO DA VIDA
As propostas também podem ser consultadas na publicação da Plataforma Brasil Democrático e Sustentável
Parceiros