A crise hídrica vivenciada no período 2014-2015 em São Paulo consolidou o cenário de vulnerabilidade e escassez hídrica e evidenciou alguns aspectos da gestão da água no Brasil e no contexto regional. Em primeiro lugar, a ausência de planejamento e resiliência do sistema frente aos impactos das mudanças climáticas e as alterações no ciclo hidrológico. 

A situação de crise também jogou luz para o fato de que a água é um bem público, essencial à vida e, ao mesmo tempo, um recurso finito. Portanto, a participação social é essencial e, mais do que isso, um reconhecimento enquanto sociedade de que se trata de um assunto prioritário. 

A partir desse entendimento o IDS e o Instituto de Energia e Ambiente (IEE/USP) realizaram a pesquisa “Água na Mídia” que, a partir do mapeamento das notícias veiculadas nos jornais Folha de São Paulo, Estadão e O Globo, mapeou os principais interlocutores e porta-vozes que a mídia buscava para compreender a situação de crise hídrica. Entre as principais descobertas estão a predominância inicial da narrativa oficial do governo e seus agentes (entre eles a própria empresa prestadora do serviço), bem como o surgimento de novas vozes da sociedade civil e da academia a partir da criação da Aliança pela Água, articulação da sociedade civil, em 2014.

Os resultados dessa pesquisa também foram expostos em uma plataforma interativa, relacionando as notícias com o nível de água reservado no sistema Cantareira.