27/10/2022
O IDS realizou um bate papo com iniciativas que promovem o protagonismo das juventudes para a transformação social
Falar das juventudes em tempos de eleição, é a oportunidade de dar voz aqueles que precisam ser ouvidos. Neste ano de 2022, tivemos um marco histórico no número de jovens entre 16 e 18 anos que tiraram o seu título de eleitor para comparecer às urnas, isto é, são mais de 2 milhões de novos eleitores, ou 47,2% a mais que em 2018 e 57,4% em relação aos primeiros quatro meses de 2014.
Os desafios para estas juventudes são diversos. Por isso, o Instituto Democracia e Sustentabilidade – IDS reuniu organizações que têm iniciativas voltadas para as eleições em prol da juventude para debater sobre o tema. O “Eleições 2022: e as juventudes?” contou com a participação de Veet Vivarta, representando a Agenda 227, voltado para a causa da criança e adolecente; Hércules Laino, do Lab Experimental, falando sobre o projeto Primeiro Voto verde; Karla Giovanna Braga, do COJOVEM, compartilhou a iniciativa Juventudes têm direitos; e Wesla Monteiro, do Atlas das Juventudes/CONJUVE, falou do projeto Juventudes do Agora. A conversa foi mediada pelo Eduardo Couto, representante do IDS, que trouxe para a roda de conversa a mais nova publicação “Diálogos Intergeracionais por Democracia e Sustentabilidade”.
Hoje, no Brasil, um quarto da população brasileira é jovem. Temos a maior geração de juventudes na história do país entre 16 a 29 anos. “Neste ano, um grande diferencial que nós tivemos em relação às juventudes para as eleições foi a grande campanha do voto jovem que deu muito certo. As organizações participaram bastante dessa mobilização”, disse Eduardo Couto. Apesar do número expressivo, pouco se fala das juventudes nas campanhas eleitorais.
DESAFIOS DAS JUVENTUDES
Os desafios são muitos para que as juventudes de hoje sejam uma potência para o desenvolvimento do país. É preciso uma série de políticas públicas para que eles tenham condições necessárias para fortalecer a base do crescimento do país.
Um dos temas levantados pelo Veet Vivarta, é o fortalecimento democrático “Vimos nos últimos 4 anos como é fácil desconstruir aquilo que mesmo que não fosse perfeito e ou ideal, que havia sido desenvolvido a custas de muito esforço da sociedade civil”, disse. Para ele, após a eleição, e dependendo do presidente eleito, teremos um cenário desafiador de reconstruir o que conquistamos para assim, avançar.
Karla Giovanna Braga (COJOVEM) levantou quatro desafios importantes para o desenvolvimento dos jovens: acesso à informação e educação; novas propostas de políticas que olhem para a diversidade dos territórios; o tempo para a mobilização dos jovens, uma vez que não tenham tempo para participar da vida pública; e articulação com os atores multissetoriais para políticas públicas.
“Eu espero muito que cada vez mais esses multi atores possam estar sensíveis e ouvindo as nossas vozes e entendendo que sem investimentos para a Juventude não existe proposta econômica para o Brasil”, ressaltou Karla.
Já Hércules Laino falou da narrativa em que os jovens são inseridos, ao pensar que o futuro só depende dele, das suas atitudes, mas esquecem que o estado tem o dever de proporcionar assistência para o fortalecimento desses cidadãos. “Estamos no momento, atrelado ao liberalismo muito forte, é que tem trazido até uma certa angústia para a juventude que é: a do faça você mesmo, você é o dono do seu futuro” explica. Wesla Monteiro complementa a sua ideia: “a gente não tem noção do que são os nossos direitos. Sabemos quais são os nossos deveres como cidadãos, mas não sabemos quais são os nossos direitos”
“Eu sou uma jovem de 28 anos e fiquei sabendo que existe o Estatuto da Juventude há poucos anos atrás,sendo que ele está aí é um tempão. Se eu soubesse disso antes teria meu olhar para os meus direitos”, complementa Karla.
AS ORGANIZAÇÕES E SUAS INICIATIVAS
COJOVEM:
A COJOVEM, Cooperação da Juventude Amazônida para o Desenvolvimento Sustentável, é uma organização fundada em 2020, em Belém do Pará, voltada para as juventudes do território amazônico do próprio estado. Podemos destacar algumas de suas iniciativas, como por exemplo, o programa “A Maré tá pras Juventudes”, que busca evidenciar a potencialidade dos jovens da Amazônia, após o impacto do COVID-19 no local. Recentemente, lançaram a cartilha “Juventudes têm Direito!”, com o objetivo de democratizar temáticas relacionadas à direito, política e participação social com foco em juventudes
Saiba mais: https://cojovem.com/2022/08/19/cartilhadireitosdasjuventudes/
Agenda 227
A Agenda 227, é um movimento que conta com a participação de diversas organizações em 22 grupos de trabalhos voltados para políticas públicas e projetos governamentais em prol dos direitos da infância e adolescência. A Agenda 227 contou com 137 propostas, que foram apresentados aos candidatos à Presidência da República, teve base em três eixos “O Estatuto da Criança e do Adolescente, o Marco Legal da Primeira Infância e leis correlatas; As metas previstas nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU; e Aspectos estratégicos para a agenda da inclusão diversidade e interseccionalidade, refletindo as múltiplas infâncias e adolescências presentes no país”.
Conhecça mais: http://agenda227.org.br/propostas/
Juventudes do Agora
É uma iniciativa que visa o fortalecimento da democracia e a participação dos jovens na tomada de decisão para consolidar políticas de desenvolvimento. Recentemente, publicaram um documento com diretrizes para “um Plano para uma Política Nacional Para e Com as Juventudes”. No texto da publicação, eles destacaram 8 medidas essenciais, entre elas: “Garantir que as juventudes participem ativamente e se reconheçam no plano” e “Retomar prioridades definidas a partir dos contextos nacional e internacional”.
Para saber mais acesse: https://juventudesdoagora.com.br/
Lab Experimental:
É uma iniciativa que criou o #PrimeiroVotoVerde para incentivar a participação jovem na política e fortalecer a democracia. O projeto tem o intuito de levar de maneira lúdica o conhecimento de como funciona o sistema eleitoral brasileiro e a importância de um voto consciente para as causas ambientais. O material também foi pensado para que os educadores tenham a possibilidade de usar em sala de aula.
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