21/06/2021
Nos dias 16 e 17 de junho, o Brasil inteiro pode conhecer as dez soluções consideradas as mais inovadoras de 2021 para implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) no Brasil, no III Seminário de Soluções Inovadoras. Os projetos, selecionados em chamada pública pelo Grupo de Trabalho da Sociedade Civil para a Agenda 2030 (GT Agenda 2030) e Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS), com apoio da União Europeia, fazem parte de uma publicação já disponível para download e também começam a receber mentoria qualificada.
A publicação traz fotos e informações completas sobre cada uma das soluções selecionadas em 2021, divididas pelas categorias do edital, destacando os pontos de inovação e de replicabilidade delas e os respectivos ODS com os quais dialogam, além de indicar as regiões em que estão sendo executadas e alguns dos resultados já obtidos. As categorias foram: a) Melhoria da saúde e educação básica; b) Cidades sustentáveis, disponibilidade de recursos básicos e combate às mudanças climáticas; c) Segurança alimentar, melhoria da nutrição e promoção da agricultura sustentável; e d) Contribuição para igualdade de gênero e empoderamento de mulheres e meninas.
Além de serem apresentadas ao público em um seminário e de fazer parte da publicação, a fim de ficarem visíveis para possíveis investidores e apoiadores, as soluções receberão mentoria qualificada com especialistas da ADE Sampa sobre planejamento estratégico, mapeamento de atores, indicadores de impacto, entre outros assuntos de interesse para bons modelos de negócios. E as sessões já estão começando. Nos dias 21 e 28/06 e 05/07, estão previstas sessões sobre gestão de negócios, captação de recursos e atuação em redes, respectivamente.
No primeiro dia do seminário, apresentado pela mestre de cerimônias Izabella Ceccato, foram realizadas rodas para apresentação dos projetos Médicos de rua (Associação Médicos do Mundo); Observatório dos Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina (Fiocruz); Fossas sépticas ecológicas (Fundação Odebrecht); e Selo Social (Associação Instituto Selo Social). A mediação ficou a cargo de Zysman Neiman, professor da Universidade de São Paulo (Unifesp) e conselheiro do Instituto Physis, e Djonathan Ribeiro do IDS. “A seleção foi um trabalho bastante difícil, porque todas elas eram muito boas e muito inspiradoras”, comentou Zysman. Ao todo foram recebidas 74 propostas.
No segundo dia do seminário foram realizadas mais duas rodas para apresentação dos projetos Alimentação e saúde para o bem-viver (Instituto Mãe Terra); Escola Itinerante de Agroecologia (Casa do Rio); Co-criação de tecnologias para a agricultura familiar (Núcleo de Agroecologia da Universidade de Brasília – UnB); e Modelos de negócios de empreendimentos econômicos solidários geridos por mulheres (Núcleo de Inovação Tecnológica da UnB). Emiliano Graziano, do Instituto Fome Zero, e Bianca Naime, da Agência de Desenvolvimento de São Paulo (ADE Sampa), fizeram a mediação. Bianca, que também participou do processo de curadoria, ressaltou que todas as propostas recebidas foram muito interessantes. “Foi muito difícil selecionar as dez”, contou.
Painel – Nos dois dias, após a apresentação dos projetos, aconteceu o painel “Projetos de impacto e Agenda 2030: empreendedorismo e inovação como resposta aos desafios”, com mediação do ambientalista e presidente do IDS, Ricardo Young. No primeiro, ela conversou com a economista e diretora executiva do Instituto de Cidadania Empresarial (ICE), Celia Cruz.
“Negócio de impacto pode ser uma ONG que tenha um negócio, como geração de renda, pode ser uma cooperativa ou um negócio social no modelo de Yunus, que reinveste 100% do lucro, ou um negócio de impacto que também distribui dividendos”, explicou Celia. “Os empreendedores sociais têm o propósito de, tendo o seu foco, identificar uma ideia inovadora e, ao mesmo tempo, resolver um problema socioambiental”, completou.
Falando sobre a importância da sustentabilidade nos negócios, Ricardo Young ressaltou que a tecnologia é fundamental no desenho de soluções de escala que criem impacto social, para reduzir desigualdades e regenerar o meio ambiente. “Não podemos mais conviver com esse nível de desigualdade e não podemos mais saquear a natureza como temos saqueado, porque começa a nos faltar o básico para a sobrevivência”, defendeu
A ambientalista e codeputada por São Paulo Claudia Visoni, que participou do painel no segundo dia, disse que ficou muito emocionada com as experiências partilhadas por entender que todas elas estão conectadas na visão de que não é tão complicado resolver os problemas desse país. “Essas iniciativas precisam ser vistas porque prototipam políticas públicas e deveriam existir em uma escala maior”, afirmou.
“Saio desse seminário convicto de que o GT Agenda 2030 deve continuar esse trabalho de disseminação dos ODS e o IDS deve continuar fazendo esse Seminário, ampliando a possibilidade dessas pessoas maravilhosas terem uma grande incidência no futuro do país”, concluiu Ricardo Young.
Assista aqui à gravação do 1º dia do Seminário:
Assista aqui à gravação do 2º dia do Seminário:
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