23/08/2019
O Grupo de Trabalho da Sociedade Civil para a Agenda 2030 promoveu nesta terça-feira (22/08), em Brasília (DF), o lançamento do III Relatório Luz da Sociedade Civil da Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável. A publicação traça um diagnóstico sobre a implementação, no Brasil, dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela ONU em 2015.
O Relatório conta com a participação de diversas organizações da sociedade civil em sua elaboração, entre elas o IDS, que este ano foi responsável por diagnosticar a implementação dos ODS 6, que trata de água potável e saneamento para todos, e do ODS 13, de ação contra a mudança global do clima.
A partir de dados oficiais, o Instituto constatou que ainda estamos longe de alcançarmos a universalização do acesso à água e saneamento básico no Brasil. Segundo o Relatório, em média, 83,47% da população brasileira recebe atendimento de água, mas apenas 58,04% têm coleta de esgoto e 46% têm tratamento do total de esgoto gerado. Em termos absolutos, isso significa mais de 40 milhões de pessoas sem acesso à água potável e mais de 100 milhões sem sequer coleta de esgoto. Vale ressaltar que no Brasil, a cada 100 litros de água captada e tratada, mais de 38 litros são perdidos nas tubulações no processo de distribuição.
Já sobre a questão das mudanças climáticas (ODS 13), a situação é também preocupante. Somos o 7º país que mais emite gases de efeito estufa, por ano são 2 bilhões de toneladas de CO2 na atmosfera, segundo o Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG). Entre os anos de 2016 e 2017, houve redução de 2% das emissões totais. Entretanto, a análise das emissões por si só não permite compreender a complexidade e os desafios da agenda climática no contexto político brasileiro.
O desmonte de órgãos responsáveis pela preservação do meio ambiente que nosso país tem sofrido neste ano, com Ministros do Governo Federal que consideram a preservação uma questão ideológica e dogmática e a retirada de candidatura para sediar a Conferência das Partes (COP), principal encontro político global sobre medidas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas, tem atraído olhares internacionais para a situação do Brasil.
O lançamento do Relatório Luz 2019 aconteceu no Auditório do Instituto de Relações Internacionais (Irel) da Universidade de Brasília (UnB) e contou também com a participação de representantes da Abong, ACT Promoção da Saúde, ARTIGO 19, Casa Fluminense, Engajamundo, Gestos, Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), Plan International e UnB.
Desta vez, a análise ganha ainda mais importância, visto que o Brasil foi um dos 47 entes nacionais que haviam se comprometido a mostrar suas políticas nos setores social e ambiental durante o Fórum Político de Alto Nível (High-level Political Forum – HLPF 2019), ocorrido em julho em Nova York, mas o governo federal desistiu de apresentar sua Revisão Nacional Voluntária. Como o HLPF é a mais alta instância das Nações Unidas para o monitoramento da Agenda 2030, o Relatório Luz 2019 se torna a principal fonte de avaliação sobre os avanços e desafios do país frente à agenda global de sustentabilidade no último ano.
Acesse aqui o relatório completo
Com informações do GT da Agenda 2030
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